Archive for the ‘Caminhada com o Mestre’ Category

Neste artigo, não defendo a idéia de que a oração é, de algum modo, inefectiva ou desnecessária. Simplesmente quero chamar a nossa atenção àqueles momentos em que precisamos mais que apenas orar:

  • Quando oramos pela salvação de alguém, mas não nos esforçamos em falar-lhe do Evangelho. Certamente Deus é soberano quanto à nossa salvação, mas manda-nos falar do Evangelho às pessoas (Mt 28:18-20).
  • Quando oramos para que Deus traga um [crente] desviado de volta, mas não estamos dispostos a confrontar o mesmo. De igual modo, Deus chama-nos para ajudar na restauração dos irmãos e irmãs que desviaram-se dos seus caminhos (Gl 6:1).
  • Quando oramos por providencia financeira à nossa igreja, mas não treinamos os nossos membros sobre mordomia. Por que Deus providenciaria se nós não discipulamos?
  • Quando oramos para que Deus nos livre de um pecado que exerce algum controle sobre nós, mas continuamos a frequentar o mesmo lugar errado… com as mesmas pessoas erradas…no mesmo momento errado. Orar por libertação sem escolhas sábias é sinal de que falta algo.
  • Quando oramos por entendimento a respeito de alguma coisa, mas não abrimos a Sua Palavra regularmente por um período prolongado. Não podemos esperar que Deus responda essa oração quando ignoramos o meio principal pelo qual Ele fala conosco.
  • Quando pedimos a Deus que nos revele a Sua vontade, mas já sabemos o que faremos independentemente de qual seja a Sua resposta. Esta oração é tanto quanto desnecessária uma vez que já decidimos que vontade seguiremos.
  • Quando imploramos a Deus para que nos dê crentes maduros que possam ajudar na liderança da congregação, mas não temos estratégias para prepará-los. Igrejas sem estratégia intencional de discipulado, raramente desenvolvem um bom canal de liderança.
  • Quando oramos por qualquer necessidade, mas não arrependidos de algum pecado. Pecado inconfessado em vidas sem arrependimento ofusca as nossas orações (Is 59:1,2).
  • Quando estamos orando por alguma coisa, mas sem perdoar alguém que nos feriu. Eis aqui como Jesus tratou esse assunto: “Por isso vos digo: Tudo o que pedirem em oração, creiam que o receberão e assim acontecerá. Mas quando estiverem a orar, se tiverem razão de queixa contra alguém perdoem-lhe, para que o vosso Pai do Céu vos perdoe também os vossos pecados.” (Mc 11:24,25 BPT).
  • Quando oramos para que Deus nos use na pregação ou ensino, mas temos sido preguiçosos na nossa preparação durante a semana. Graças a Deus, a sua Palavra é poderosa e vai além dos nossos esforços, porém não podemos assumir que Deus abençoará a nossa má ética de trabalho.

Que outros momentos vem à sua mente? Partilhe-os nos comentários.

O presente artigo, ligeiramente modificado, é de autoria de Chuck Lawless e foi publicado com a devida permissão.

Digo-vos pois: vivam segundo o Espírito de Deus. – Gálatas 5:16 (BPT)

Quando deu os seus primeiros passos como bebé, todos o elogiaram. Mas isso não foi o seu feito de coroação como bípede, porque continuaste a correr, saltar, saltar, e dançar. Ninguém elogia um rapaz de nove anos de idade por ter atravessado a sala de estar para os braços abertos da sua mãe. Ninguém aplaude enquanto uma mulher de 42 anos navega pela sala de jantar agarrando-se à borda da mesa. Aprender a andar era apenas uma parte normal do crescimento.

Ao longo dos anos, algumas vezes, os seus pés levaram-no a lugares onde não era suposto ir. Dirigiu os seus próprios passos de acordo com os seus objectivos, muitas vezes influenciados pelas pessoas com quem caminhava. Algumas vezes caminhou no escuro e fora difícil ver para onde ia. Por vezes, deparou-se com problemas e, outras vezes, passeou debaixo da luz reluzente do sol e tudo era bom.

Tem estado numa jornada paralela na sua caminhada espiritual. Deu os seus primeiros passos quando foi salvo, mas isso foi apenas o início da sua viagem. Por vezes tropeçou no escuro, perdendo o seu caminho. Outras vezes fez um desvio deliberado e acabou descobrindo que estava sozinho. Mas muitas vezes seguiu de perto as pegadas de Jesus. “Desviou-se de todo o mau caminho” (Sl 119:101); escolheu “apressar-se a cumprir os [Seus] mandamentos” (Sl 119:32). E acabou por descobrir a belíssima verdade que diz “Felizes os que andam no caminho da retidão, que vivem segundo a lei do Senhor” (Sl 119:1).

É isso que significa ser um discípulo. Seguir Jesus resolutamente. E quanto mais os dois andam juntos, cada vez mais agirá como Ele age.

Buscando Hoje

Consegue ver frutos de maturidade na sua vida? Essa é a melhor maneira de saber se passou dos passos de bebé para os passos de maturidade. Se ainda não o fez, memorize esta escritura: “O Espírito, pelo contrário, produz amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, modéstia, autodomínio. … Ora se vivemos por meio do Espírito, devemos deixar-nos guiar por ele.” (Gl. 5:22-23, 25). Escreva esse “fruto” num cartão e coloque-o num local óbvio onde o verá todos os dias.

O facto de não haver sinais do #coronavirus em África é um bom sinal pois nem queiramos imaginar o caos. O sistema sanitário no continente é péssimo sem mencionar outros males que contribuiriam para o alastramento da peste.

No entanto, os países africanos não estão isentos de possíveis contágios; especialmente países como Angola (alistado no top 10) que possui uma grande ponte com o gigante Asiático, e muito menos podemos esquecer que temos estudantes e/ou outros compatriotas na cidade epicentro da peste.

Cruzar os braços simplesmente por interpretar a situação como Sinais dos Tempos (cf. Mateus 24), que também concordo, seria um sinal de insensibilidade e ao mesmo tempo falta de amor, coisa que Cristo condena veementemente pois apesar de alertar-nos de tais sinais, em parte alguma as Escrituras concedem-nos férias relativamente a oração; somos chamados a clamar (orar) sem cessar.

Sejamos solidários, aproveitemos a oportunidade para encorajar os chineses e até mesmo os angolanos que pensam nos familiares e amigos em #Wuhan e outros territorios. Não seria esta uma oportunidade para levarmos a Boa Nova a esse povo da Janela 10/40 presente no nosso território?

R3

“Então reconhecerás que eu sou o SENHOR e que não ficarão envergonhados os que confiam em mim.” Isaías 49:23 (BPT)

Alguns anos atrás estava com a minha família numa estância de férias no Tennessee. Por generosidade, o meu pai pagou todas as despesas para que os seus três filhos adultos e respectivos(as) parceiros(as) pudessem passar a semana juntos. Portanto, os meus pais estavam connosco, bem como os esposos das minhas irmãs. Numa tarde de sol, os meus cunhados e eu decidimos alugar algumas bicicletas e sair para um passeio. Alugamos as bicicletas da sede do clube e pomo-nos à estrada.

Dois detalhes importantes: (1) Na altura, os três estávamos a volta dos vinte anos de idade logo, ainda tínhamos muita energia por usar. E (2) os três somos por natureza competitivos, então não planeávamos ter um passeio lento apenas para recreação.

Estávamos descendo a primeira colina – não que seja importante frisar, eu estava na dianteira – e preparando-me para começar uma curva estreita à esquerda. Apertei o guiador a fim de diminuir a velocidade e de repente me apercebi de algo que não tinha reparado ate aquele instante: as bicicletas não tinham travão de mão. Diante disso, tive de decidir rapidamente entre fazer alguns esforços para que a bicicleta freasse entre as árvores e não ir além, e ou desmontar-me dela o mais rápido possível. Sim, poderia usar o pedal de travão, mas no momento não pensei nisso. Decidi arriscar livrando-me da bicicleta que acabou embatendo nas árvores e eu caí no asfalto. Até hoje consigo visualizar a reação dos meus cunhados vindo por trás: limitaram-se em grandes risadas sem ao menos importar-se em saber se estava tudo bem comigo.

Certamente, também já teve quedas. Esperava ter uma navegação tranquila, mas uma tempestade acabou por estragar tudo. Treinou duramente para não embater as barricadas, mas aconteceu o contrário. Tentou pisar o travão, mas acabou acelerando, e consequentemente, resultou em desastre. Perseguia os seus sonhos, mas no fim acabou por descobrir que não passavam de ilusões. Foi despedido do emprego. Recebeu a papelada para o divórcio. Reprovou na faculdade. Está cheio de dívidas.

Quedas, falhas, decepções,…, não são apenas circunstanciais, mas também relacionais. Buscou ajuda, encontrou pessoas que apenas apontam os erros. Ao invés de empatia ou graça por parte dos que estão a sua volta, foi ridicularizado e julgado. A sua confiança foi retribuída com traição; à sua bondade devolvida em insultos.

Mas Deus pode redimir a nossa falha. Ele pode livrar-nos quando caímos. Aqueles que nele esperam jamais serão decepcionados. Aqueles que voltam-se para ele encontram graça e misericórdia quando mais necessitam (veja Hebreus 4:16). Quando estamos em baixo, ele levanta-nos com a sua mão poderosa (1 Pedro 5:6). Quando caímos, ao invés de repreender-nos ele prova o quanto é poderoso para salvar (Sofonias 3:17)

Seguindo Hoje

Foi decepcionado recentemente? Ainda há tempo para permitir que as falhas pessoais ou decepções o direccionem para Deus. Escreva uma oração – um tipo de salmo pessoal – expressando a sua confianca nele para transformar a sua derrota em esperanca. Tenha esperança, que Ele virá socorrê-lo.

Atende os meus lamentos, porque estou sem forças; livra-me dos que me perseguem, que são mais fortes do que eu.Salmo 142:6 (BPT)

Vários anos atrás, quando a minha segunda filha, Morgan, estava a volta dos dois anos, cheguei a casa cedo numa tarde vindo do escritório da igreja. Desejava bastante passar um tempo com a minha filha mais nova. A minha esposa informou-me que ela estava a descansar há algum tempo, mas deu-me luz verde para acordá-la. Ao abrir a porta do quarto dela, rapidamente notei duas coisas: primeira, a cómoda dela havia caído e feito uma bagunça no chão, mas não necessariamente algo alarmante. Segunda, descobri que ela não estava na sua cama. Outra vez, algo aparente, mas não tão preocupante. Até que conectei este segundo facto com o primeiro. Em apenas poucos segundos, percebi o que havia se passado. Numa tentativa de querer alcançar algo que estava por cima da cómoda que tinha uma certa altura, a Morgan tinha puxado as gavetas debaixo para escalar por meio delas, mas a cómoda acabou por cair por cima do seu pequeno corpo.

Lutei para levantar a mobília pesada o mais rápido possível. Por baixo estava a minha filha deitada e com o corpo ferido e já inflamado. Gritei para a minha esposa que ligasse o carro rapidamente. Carreguei a minha menina cujo o corpo não reagia e saímos as pressas em direção ao hospital. A minha esposa estava com a nossa filha no banco de trás e imediatamente começou a orar.

Enquanto ela orava, eu ligava para o 911 mas ninguém atendia. Até esse dia, é a única vez que necessitei discar para aquele número, e o telefone simplesmente chamava e chamava. Desliguei e voltei a ligar. Mais uma vez ninguém atendia. Então atirei o celular para o banco do passageiro e juntei-me a minha esposa nas suas orações em voz alta. Não eram orações quaisquer, mas orações cheias de paixão, ansiedade e emoção.  Orações de desepero. Orações em volta as lágrimas.

A boa nova é que depois de alguns meses a Morgan recuperou completamente, mas nunca esquecerei o sentimento de desespero quando clamava a Deus. Já alguma vez passou por um desses momentos? O momento em que não fazia ideia como pagaria as facturas do hospital. O dia que voltou para casa e encontrou o bilhete do seu filho que foi-se embora de casa. A noite naqual o seu marido saíu irritado. A consulta médica naqual ficou a saber que se tratava de cancro. O momento em que encarou um oficial ao pé da porta com a cabeça inclinada e com uma trágica notícia. O silêncio da ecografia. O casamento infeliz. O seu primeiro natal sem ela.

Deixa-me dizer-lhe algo que espero que perceba: no seu momento de grande desespero, verá que pode deleitar-se em Jesus. O desepero cria dependência, então corra para ele. Clame por ele. Acabará por descobrir um amigo mais próximo que um irmão. Experimentará uma paz que ultrapassa todo o entendimento. Terá acesso a um lugar de refúgio e esconderijo seguro. Acabará por conhece-lo como o Emanuel, “Deus consigo.” E aprenderá que pode depender dele quando mais o necessita.

Seguindo Hoje

Leia o Salmo 88. A que palavras do Salmista se identifica? Pense em um momento ou período de desespero na sua vida. Para onde foi a busca de socorro? Escreva várias linhas de uma oração que começa com a seguinte frase: “Eu preciso de Ti para ajudar-me …”

“Mais ainda, nós sentimos alegria nos nossos sofrimentos, porque o sofrimento produz a perseverance; a perseverança provoca a firmeza de carácter nas dificuldades e a firmeza produz a esperança.” Romanos 5:3,4 (BPT)

A maioria de nós não enxerga o sofrimento da maneira certa. Devido a falsa ideia de que tão logo alguém se torna cristão, já não haverá dificuldades, tendemos a passar rapidamente para outro assunto tão logo vemos a palavra sofrimento nas Escrituras. Preferíriamos pensar que o sofrimento é para outras pessoas e não para nós.

O facto é quee vemos o sofrimento onde quer que vamos. Uma simples volta à sua vizinhança poderá revelar a presença do sofrimento: a partir de uma janela aberta poderá ouvir um casal em gritos;; o vizinho do outro lado da rua acaba de ser notificado sobre uma execução hipotecária a grande quantidade de ervas no quintal de um casal idoso na esquina revela que o marido já é falecido e que a esposa, agora, vive numa casa de repouso; o estudante do ensino médio que está constantemente a sua porta não deseja voltar à casa onde sofre abusos.

Mas quando é você que tem o problema conjugal, financeiro, ou de saúde, deseja rapidamente clamar, “Time out! Algo está errado. Faço parte da equipa de Deus, e é suposto que Ele faça com que tudo esteja bem.”  Você corre para um especialista de problemas conjugais, financeiro, ou de saúde mais próximo de si à busca de uma solução rápida. “Querido Deus, o sofrimento é de mais!”

Consultou a sua Bíblia ultimamente? Nela está escrita de forma clara: “No mundo vocês vão sofrer” (João 16:33; NTLH). O foco não é evitar problemas ou o sofrimento, mas crescer e aprender a partir deles. Tal como o apóstolo Paulo entendeu, nós podemos na verdade “alegrar-nos” no nosso sofrimento, pois produz uma grande colheita – perseverança, carácter, e esperança.

Você pertence a equipa de Deus, e Ele está agindo da maneira certa. Tenha em mente que esse vale por onde passa é apenas uma sombra, e onde há sombra, há luz. Portanto, continue caminhando. Continue seguindo. Pois Jesus, também, sabe o que significa sofrer. Ele caminha bem ao seu lado.

Seguindo Hoje

Leia o tão familiar e lindo Salmo 23. Contém apenas seis versos, então leia-o tranquilamente, mais de uma vez, talvez mesmo em voz alta. A medida que o faz, faça duas listas distintas: numa coluna escreva os verbos que indicam o que você faz (por exemplo, a palavra andar aparecerá). Na segunda coluna, descreva as coisas que Deus faz. Agradeça-o pela sua fidelidade, bondade, conforto e misericórdia.

Porque é pela graça que estão salvo, mediante a fé. E isto não é mérito vosso, é dom de Deus. Não vem das obras para que ninguém se glorie.” Efésios 2:8,9 (BPT)

Como pastor e escritor tenho escutado estórias  sobre o que Deus tem feito na vida das pessoas. Muitas vezes, no meu escritório, tenho tido o privilégio de escutar tais experiências em primeira mão, ou num momento após um culto do final de semana na nossa igreja. Muitas dessas estórias, de cristãos, são o equivalente a sair dos farrapos para riquezas: tendo sido deitado no monte de lixo a pessoa encontra Jesus (ou melhor Jesus encontra a pessoa) e tudo muda.

São estórias do género e que são recontadas inúmeras vezes. Os detalhes chamam a nossa atenção: “me lembro do dia em que o meu marido deixou-me; de repente me tornei numa mãe solteira e desempregada.” “chorei durante muitos dias depois de ouvir o diagnóstico.” “E então a bolsa de valores quebrou e eu perdi tudo.”

Deus é glorificado através das consequências: “Os meus irmãos na fé suportaram-me de uma maneira jamais vista na minha família.” “Nunca teria imaginado o quanto Deus me ensinaria durante os meses da quimioterapia e as visitas ao hospital.” “Aprendi em primeira mão que Deus suprirá todas as necessidades.”

Talvez não tenha uma estória dramática. Talvez os detalhes da mesma  pareçam completamente mundanas e banais. Talvez sejam estórias que a outros não pareçam extraordinárias como você as vê. Talvez a sua estória não seria incluído no livro de testemunhos incriveis. Mas, mesmo assim você tem uma estória digna de ser contada. Você está salva pela graça, mediante a fé.

Seguindo Hoje

Pense na sua experiência pessoal com Deus. A mesma lhe parece ser uma estória revolucionária … ou aborrecida? Faça um resumo cronológico da mesma. Procure lembrar-se de um momento que sirva como ponto inicial em que colocou a estaca no solo ou voltou-se para seguir uma nova direcção. Indique aqueles momentos em que viu claramente a mão de Deus trabalhando como providência ou guia.

“[Jesus] disse a Simão: “ Leva o barco para a parte mais funda do lago, com os teus companheiros, e lança as redes.” Simão respondeu-lhe: “Mestre, andámos toda a noite à pesca e não apanhámos nada; mas já que tu o dizes, vou lançar as redes.”” Lucas 5:4,5 (BPT)

Não há razões para pensar que a resposta de Simão Pedro para Jesus era irónica. Porém, talvez ache que ele pensava em algo como, ok, tudo bem. Esse carpinteiro-rabino pensa que pode ensinar um pescador como pescar? Mas perderia Simao alguma coisa caso tentasse o que lhe fora sugerido? Entretanto, enquanto deita um olhar a luz do sol que brilha sobre o Mar da Galileia, ele lança a rede molhada mais uma vez ao mar.

Não sei por onde haviam se escondido aqueles peixes durante toda a noite, mas desta vez precipitaram-se todos a rede tão logo que ela bateu as águas. Simão Pedro nunca havia tido uma noite tão desperdiçada como aquela, e muito menos uma captura como aquela em plena luz do dia. A sugestão de Jesus não era difícil ou complicada; simplesmente não fazia sentido algum.

Na práctica, era como se fosse perca de tempo pois contrariava a intuição e a grande experiência de Pedro. Jesus não deu uma explicação clara, as suas instruções não eram inovadoras sequer e muito menos criativas. No entanto, Simão Pedro simplesmente obedeceu.

Há momentos que seguir a Jesus é simples, mas isto não quer dizer que seja sempre fácil. Obedecer humildemente ao que Deus nos manda fazer, pode parecer tão fácil como ligar para alguém, convidar alguém ou simplesmente caminhar pela rua afora. Talvez carregue consigo um grande desafio como perdoar alguém que o magoou, ou uma viajem missionária para um país desconhecido, ou mesmo confiar nele através dos dízimos. Mas quando recebemos um mandamento de Deus que nos parece ser impracticável ou daqueles que nos tira da zona de conforto talvez, e especialmente quando o é, traz consigo grandes recompensas.

Note que Deus lhe dará a liberdade para expressar o seu protesto. Se isso o fará sentir-se bem, Deus o entende.  Simplesmente tenha em mente que Aquele que lhe diz onde pescar, é o mesmo que criou os peixes.

Seguindo Hoje

Separe alguns minutos para ler o resto da história em Lucas 5. Em oração, considere algo simples, mas não necessariamente fácil que Jesus está a orientando-o a fazer hoje a medida que o segue. Complete a seguinte frase: “Senhor, já que tu o dizes, eu…”

“Quando Jesus ia a sair dali, viu um homem sentado no posto de cobrança de impostos. O seu nome era Mateus. Jesus chamou-o: ”Segue-me.” Ele levantou-se e foi com Jesus. Mateus 9:9  (BPT)

Mateus, o cobrador de impostos, já foi Levi o bom menino Judeu. Provavelmente tentou ser discípulo de um Rabino. Talvez até era esperado que se tornasse um líder espiritual em Israel. Mas claramente alguma coisa não deu certo.  Ao invés de servir ao Senhor, decidiu servir a si mesmo. Virou às costas para o seu próprio povo e tornou-se em um cobrador de impostos para o governo Romano que havia ocupado a sua terra. E naqueles dias, não se acreditava que existisse algum cobrador de impostos honesto. Eles enganavam o povo para encher os seus bolsos. Eram excluídos da religião e da sociedade, eram impuros e nem se quer permitidos a aceder a parte externa do pátio do templo.

Mateus jamais pensaria que Deus ainda quereria ter algo com ele. Então, um dia estando ele na sua barraca de cobrador de impostos, um novo rabi dirigiu-se diretamente a ele e apresentou-lhe este simples convite de mudança de vida: “Segue-me.”

Jesus pode ter parecido ser um rabino sem-abrigo e inconvencional, mas era um apesar de tudo. Os rabinos eram mestres da Palavra de Deus, e todo o rabino tinha uma classe de estudantes ou discípulos. Mas este era um grupo exclusivo; não era qualquer um que podia ser um discípulo. Os discípulos tinham de conquistar a boa vontade do rabino provando que possuíam um conhecimento profundo das Escrituras, e além do mais ser inteligente. A reputação do rabino dependia do facto de aceitar apenas os candidatos altamente qualificados.

Mas este não era o método que o rabino Jesus usou para ter seguidores. Ao invés destes candidatarem-se, Jesus convidou os seguidores. E no presente caso, ele estava a convidar o mais desprezado entre os desprezados – um cobrador de impostos. Alguém que não era apenas um pecador, mas que pecava para viver! Alguém cujos amigos eram prostitutas, bêbados, e ladrões. Sabe como sabemos disto a respeito de Mateus? Por que ele mesmo no-lo diz.

Actualmente, não conhecemos Mateus como o humilhado e fracassado que teve de vender a sua alma aos Romanos para ter um emprego lucrativo. Conhecêmo-lo como um seguidor de Jesus que escreveu o primeiro livro do Novo Testamento.

Seguindo Hoje

Já se sentiu desqualificado para ser aceite por Deus? Como? Quando ouviu o convite de Jesus para segui-lo? O que teve de deixar para responder ao convite?

Jesus afirmou: “Eu sou esse pão que dá vida. Aquele que me aceita nunca mais há-de ter fome e o que acredita em mim nunca mais há-de ter sede. ” João 6:35 (BPT)

As vezes os momentos espetaculares geram problemas maiores.

  • O autor que esquece as palavras no momento principal da cena.
  • O cantor que camufladamente usa uma outra palavra por ter esquecido a letra da sua canção.
  • O jogador da NBA que surpreendentemente falha o lançamento livre no momento decisivo do jogo.
  •  A noiva que não para de dar risadas durante toda a cerimónia, ou chorar, ou simplesmente uma estranha combinação de ambos. (Felizmente, a minha esposa fez nenhum dos dois.)
  • O pregador que chama o noivo pelo nome errado. (Eu já fiz ou talvez não tenha feito isso…duas vezes.)

Talvez tenha testemunhado um desses cenários, ou talvez já tenha acontecido consigo.

Vários anos atrás, teria um grande problema em determinado momento. Era uma quinta-feira a tarde, e estava indeciso sobre o sermão que deveria pregar no domingo de Páscoa. Provavelmente, acima de trinta mil pessoas atenderiam aos cultos do final de semana, e a pressão apertava cada vez mais. Finalmente, pensei no seguinte: que mensagem Jesus pregou nos momentos que teve uma multidão a sua volta? Seria interessante saber como Ele controlava os grandes momentos.

João 6 relata sobre uma dessas ocasiões. Com o saco de lanche de um menino que continha cinco pãezinhos e dois peixinhos, Jesus alimenta uma multidão que parece estar acima de cinco mil. Ele nunca tivera sido tão popular antes. Depois do jantar, o povo decide passar a noite ao relento para que estivesse perto de Jesus no dia seguinte. Mas pela manhã, a multidão faminta procura por Jesus, também conhecido como o bilhete de direito a refeição, mas não o encontra em lugar algum. Morrendo de fome, a multidão anseia por uma performance como a do dia anterior, mas Jesus decide trancar o buffet tudo-que-quiser-comer. Em João 6:26 Jesus respondeu-lhes:Em verdade vos digo que me procuram porque comeram até ficarem satisfeitos, e não por compreenderem o significado dos meus sinais.

Então Jesus oferece-se a si mesmo para a multidão faminta. A questão é, seria aquilo suficiente? Jesus disse, “Eu sou esse pão que dá vida.” De repente Jesus é o único item no menu. A multidão deve decidir se pode saciar-se ou se tem fome de algo mais. Eis o que lemos quase no final do capítulo: “Desde aí muitos dos seus discípulos abandonaram-no e deixaram de andar com ele.” (João 6:66).

Como pode ver, o interesse de Jesus não era o tamanho da multidão mas o seu comprometimento.

Seguindo Hoje

Nas suas orações, o que normalmente pede para Jesus?
Pense num momento em que ele não o respondeu tal como esperava que fosse. Como isso afectou os seus sentimentos pela pessoa de Jesus?
Leia o resto da história em João 6. Pensa em algum tempo no qual parecia que Jesus fosse tudo que você tinha. De que forma ele supriu as suas necessidades durante esse tempo?